Fala, pessoal, sejam bem-vindos à edição #8 da newsletter “dudu escreve”. É sempre um prazer ter vocês por aqui.
Sem mais delongas, vamos ao vencedor do concurso.
Na verdade foi uma vencedora! Parabéns, Lívia França Mascarenhas! Entrarei em contato para enviar o livro. Obrigado pelo apoio e participação.
E o texto escolhido para compor a antologia foi o da edição zero, cujo título é “Corridas e trens”, que eu adoro e escrevi pela primeira vez em 2019 no bloco de notas do meu celular enquanto voltava para casa. Quem diria que ele seria publicado 5 anos depois.
Aproveito para agradecer a todos os participantes, novos inscritos e leitores de ocasião. Cada um de vocês faz essa newsletter seguir viva.
Dicas da edição #8:
Dica musical: Um compiladão de todas as músicas já mencionadas nas edições da newsletter. Sigam a playlist da newsletter no Spotify: playlist dudu escreve
Dica literária: Convenhamos que hoje a dica não poderia ser diferente e a indicação é a Antologia de Inverno 2024 (LIVRO 02 - BRANCO) da Editora Vila Rica. Além do meu texto, o livro conta com crônicas, contos e poesias de outros autores estreantes e pode ser comprado neste link.
Dedicatória
Às pessoas que estão com vontade de tirar um sonho do papel. Ou colocar no papel, se o seu sonho também for publicar um livro.
Aos funcionários da biblioteca que menciono no texto de hoje (que receberam uma versão impressa desta edição com assinatura e uma dedicatória).
people of biblioteca
Tenho passado muito tempo em uma biblioteca. Nesta aí da foto.
Ela é confortável, tem um acervo bem completo, ótimo ar condicionado e um ambiente que praticamente te obriga a focar no trabalho.
E, como a frequento há cinco meses, já tenho meu lugar cativo por lá. Fico até irritado quando alguém o ocupa. Confesso que dou até uma agourada e desejo que a pessoa se lembre de que esqueceu de encher a garrafa d’água para liberar a minha cadeira. Brincadeira. Ou não.
Conheço praticamente todos os funcionários que, pelo código de conduta das bibliotecas, não falam mais do que o estritamente necessário. E eu, para a tristeza de alguns, falo pelos cotovelos. Não lá dentro, obviamente.
Alguns bibliotecários eu conheço pelo nome, e falam um pouquinho a mais. Andrea, Rodrigo, Luís e Tatiana. Outros são superfechados e talvez amem o fato de a biblioteca ser um lugar de silêncio para interagir o mínimo possível com outras pessoas e com tagarelas como eu. Tem uns mais “da resenha”, que já até vi na feira da Glória tomando umas e jogando conversa fora.
A composição do espaço, além de contar com os funcionários e os livros que são cada vez menos consultados e cada vez mais enfeites de estantes ou um bom plano de fundo para uma reunião, a biblioteca também tem os seus frequentadores. Cativos como eu ou de ocasião.
Tem os concurseiros, facilmente identificáveis pelas olheiras e por não ligarem para mais nada, alguns enfiados naquela camiseta horrível da Smartfit Plano Black, que só eles usam, com meias de cores diferentes. Os malucos. De várias modalidades. Os que vêm para dormir, os que vêm para ficar no celular e até os que vêm para escrever textos para a sua newsletter quinzenal. Os intercambistas. Que normalmente andam em bando e estão sempre perguntando algo para os funcionários. Os casais que estudam juntos. Alguns até se beijam antes da separação para o mergulho nos livros. Tem os turistas. Que só vão na véspera das provas e costumam não saber muito o código de posturas. Os assíduos. Os mestrandos e doutorandos, com aquela cara de quem já perdeu a saúde mental e que se perguntam uma vez por semana (ou por dia) por que diabos se submetem a isso - assim como eu - mas que também sabem exatamente os seus porquês e as perguntas que querem responder. E todas as outras que querem (e vão) gerar em seus colegas e professores, colegas de academia. Os que, desesperados, escrevem suas monografias. Os que estudam para provas de línguas. Alunos de engenharia ensandecidos com as provas de Cálculo. Gente se preparando para a OAB. Primeira e segunda fases. Os mal-educados. Os muito mal-educados. Os muito educados. Os silenciosos. Os que tossem alto e coçam a garganta escandalosamente. Tem os que fazem “shiu” e os que são vítimas do “shiu” - na verdade os próprios culpados pelo “shiu”. Tem os coroas. Os jovens. Tem a ex de um amigo. Um conhecido da academia. Uma colega da escola. Tem os que vêm depois do trabalho. Antes do trabalho. Os que lá trabalham. Os que madrugam. Os que fingem que estudam. Os solitários.
Observo todos eles quando me distraio e perco o foco. E me vejo fazendo a interseção entre essas classificações e imaginando que outras características desses ilustres desconhecidos jamais saberei. E penso se eles também supõem algo sobre mim.
E, quando essa viagem acaba, sempre chego à mesma conclusão: eu definitivamente tenho que melhorar o meu foco.
Ao trabalho!
dudu moraes da dudu escreve - muito a dizer
E esta foi a edição #8!
Nos vemos no dia 05/10 na edição #9 desta série, sempre às 10h!
Muito obrigado pela leitura!
Gostou do texto? Curta, comente e compartilhe com alguém que pode gostar de dudu escreve.
é bonito o exercício de olhar em volta e imaginar a vida que é, ou na verdade a que a gente acha que é. porque na verdade cada pessoa é um mundo. mas acredito que esses mundos ficam mais bonitos ao redor dos livrosss ✨🤍
AHHHHHHHHHHH, não acreditooo 🥹🫶🏻🍀💌