Fala, pessoal, sejam bem-vindos à edição #7 da newsletter “dudu escreve”. É sempre um prazer ter vocês por aqui.
Meus queridos leitores, temos novidades!
É com muita alegria que anuncio a vocês que um texto meu (já publicado nesta newsletter) foi selecionado para compor uma antologia de poesias, contos e crônicas da Editora Vila Rica (@editoravilarica), de Minas Gerais, que busca estimular a produção literária brasileira através da valorização de novos autores.
E, como postado no meu perfil do Instagram (@moraeseduardo), vou sortear uma cópia do livro assinada e com dedicatória entre os que seguirem os seguintes passos:
1) Estar inscrito nesta newsletter (caso não esteja inscrito, é só fazer a inscrição até o dia do sorteio (dia 21/09); e
2) Comentar neste post do meu perfil do Instagram qual dos meus textos você acha que foi escolhido para compor a antologia. Como disse, o texto já foi publicado antes por aqui, então basta comentar um número de 0 a 6. Chutem aí!
Obs: o vencedor será anunciado na edição #8, no dia 21/09, às 10h.
Aproveito a oportunidade para agradecer a vocês que me leem e me estimulam a continuar dando as minhas canetadas, ser publicado é uma alegria gigante, mas ser lido constantemente é melhor ainda.
Digo isso porque no mês de agosto chegamos a 200 inscritos e uma porcentagem ótima de emails abertos (a plataforma me dá essa métrica), o que, em tempos de Instagram e TikTok, pode parecer pouco, mas eu acredito que é um verdadeiro privilégio. Obrigado, obrigado e obrigado!
Grande abraço e até o dia do sorteio! Vamos por mais!
Obs: caso queiram comprar o livro, basta entrar neste link.
Mas não estamos aqui só para falar de coisa boa e de vitórias!
Estou muito triste porque as Paralimpíadas terminam amanhã e os olhos do país, mais uma vez, vão voltar quase que unicamente ao futebol.
Eu, como apaixonado pelo esporte e fanático pelo Flamengo, confesso que, fora os playoffs da NBA e da NFL, só vejo a maioria dos outros esportes nas Olimpíadas.
Mas se tem uma coisa que é extremamente bonita nas Olimpíadas e nas Paralimpíadas e que me faz valorizar e admirar cada vez mais os atletas, algo que está cada vez mais raro no futebol, é a gigantesca emoção e respeito deles pelo esporte, pelo lugar que estão e pelo país que representam antes, durante e após o resultado final, sendo ele positivo ou negativo. O esforço é tremendo, os sacrifícios são muitos, e a recompensa muitas vezes é “só” a participação no evento, que já é algo colossal. E a maioria deles sabe e demonstra isso, das mais diversas formas.
Como disse a Bia Souza, nossa medalhista de ouro no judô: “Ser campeã olímpica é a vida por um dia”. Mas não só para o campeão, isso vale para a grande maioria dos atletas que vão às Olimpíadas, Copas do Mundo, etc.
E ver isso pela televisão me ajudou a lidar com uma recente “decepção literária”. Explico: o texto que publico hoje, foi concorrente do 3º Concurso de Crônicas do Museu do Futebol, que pedia um texto de 3.300 caracteres (com espaço) que tivesse como pano de fundo o futebol de várzea e… não venceu. Tudo bem que alguns dos ganhadores já têm livros publicados, e um deles foi até finalista do Jabuti, mas doeu.
Po, Dudu, você tá requentando texto? Como fez na edição #5? Não! Eu só estou colocando no mundo escritos que ficariam escondidos - e possivelmente perdidos - nos meus arquivos pessoais.
Confesso que senti uma dor um pouco mais forte nessa “derrota” por ter curtido o texto e me dedicado a ele, com uma vontade a mais por ser um concurso do museu do esporte que mais amo. De bom ficou a interessante pesquisa que acabei fazendo para escrevê-lo sobre futebol feminino e a história da Taça das Favelas, que foi o torneio “de várzea” que eu escolhi para ilustrar a história. E a participação, é claro.
Perder faz parte e eu tenho que estar orgulhoso de estar dando minha cara a tapa colocando meus textos para concorrer nos mais diversos concursos e editais de publicação. Um fruto já veio, que foi esse texto na antologia da Vila Rica! Seguirei com a newsletter (ainda teremos mais 8 edições até o final do ano) e tenho fé que outros desafios e concursos literários vão aparecer pela frente.
Seguimos em frente! Espero que gostem do texto de hoje e participem do sorteio! Sigam as regras que coloquei lá em cima! Abraços!
Dicas da edição #7:
Dica musical: lista de músicas brasileiras inspiradas no futebol do Peleja, página que adoro.
Dica literária: Brasil em campo - Nelson Rodrigues. Sou fã demais da escrita do homem, que inegavelmente era um gênio absoluto, mas sempre que leio algo dele fico imaginando que nós discordaríamos muito nos dias atuais. Mas a admiração segue, Nelsinho.
Dedicatória
Aos talentos escondidos nas várzeas. Não só aos craques de bola. A hora de vocês vai chegar!
Djamila: craque de bola e das canetas
Ela nasceu em 2002. O nome tinha sido escolhido no ano anterior pelo seu pai, Edson, que tinha nome de tricampeão do mundo e deu como certa a convocação de Djalminha para a Copa do Japão. Rubro-negro fanático, nascido na Cruzada São Sebastião, perto da Gávea, era encantado desde a base pelo jogador. A mãe, Miraildes1, palmeirense roxa, nascida e criada em Nova Jaguaré e que também tinha se encantado com o futebol do maestro, concordou em chamar o rebento de Djalma.
Como nasceu mulher, não foi Djalma, mas Djamila, que veio ao mundo na semana da convocação de Luiz Felipe Scolari.
Eles só não esperavam o corte feito por Felipão, por quem dona Mira tinha grande apreço. O pai quis até trocar o nome da pequena, mas já não tinha mais jeito. A criança, apesar de ter nascido com esse peso, foi levantada como se fosse uma pluma na comemoração do penta naquele dia 30 de junho de 2002, na laje da casa em que a família morava na Cidade de Deus.
Djamila cresceu e com pais tão fanáticos por futebol, não tinha como não ser aficionada. Como não queria desagradar nenhum dos dois, não era nem palmeirense nem rubro-negra, torcia para o feminino da Ferroviária e era fã da ponta Raquel Fernandes. Djamila também jogava muita bola e queria ser jogadora. Saía da escola direto para a pelada. Dava banho nos meninos e sempre chegava em casa cheia de hematomas. Voltava rindo na garupa da bicicleta do pai contando das canetas e lençóis que distribuía.
E a assiduidade era tão grande nos rachões quanto nas aulas de redação, sua matéria favorita na escola. Dizia que, se não desse certo no futebol, ia tentar a vida nas mesas redondas e na beira do gramado fazendo entrevista. A professora, cujo marido era jornalista esportivo, adorava suas crônicas, sempre sobre futebol.
Djamila era craque nas canetas também.
Até que foi chamada para o time da sua comunidade, que na época já tinha dois títulos da Taça das Favelas. Os pais a apoiaram e lhe deram uma chuteira de travas para a disputa do torneio de 2016. Até que um dia, às vésperas do primeiro jogo, em uma pelada valendo um refrigerante de dois litros, seu calcanhar travou no chão em um lance violento. Apesar da dor imensa, só chorou no dia seguinte, quando o médico avisou que ela teria que operar, ficar meses parada e longe do futebol.
Faltou a escola por dias e não conseguia nem falar pessoalmente com as meninas do time, que contavam com ela para a disputa do campeonato, afinal vencido pela comunidade do Corte Oito de Padre Miguel. Djamila sentiu-se de fora como Djalminha em 2002. Ficou tão traumatizada que criou certa fobia e nem passava mais perto dos campos que jogava o seu rachão.
Todos sentiram o golpe e a falta de Djamila. A professora, que viu o brilho da aluna desaparecer até nas escritas, resolveu tentar uma solução. Convidou Seu Edson, Dona Mira e Djamila para acompanharem um dia na redação com o seu marido, que bateu um papo sobre a profissão com a menina, que tinha latente no peito a chama do futebol.
No dia seguinte, ela criou uma conta em uma rede social fazendo análises sobre o perfil das jogadoras dos times de várzea, que rapidamente se popularizou. Djamila voltou a frequentar o ambiente da bola, recuperando as grandes amizades que cultivou, agora fazendo lives que acumulavam moradores e torcedores. Voltou a jogar peladas e engatou nos estudos para prestar vestibular para o curso de Jornalismo, sempre levantando a importância da valorização do futebol feminino e do esporte na formação dos jovens.
Não tem jeito: de fora ou de dentro das quatro linhas, Djamila é nome de craque.
dudu moraes da dudu escreve - muito a dizer
E esta foi a edição #7!
Nos vemos no dia 21/09 na edição #8 desta série, às 10h, na sua caixa de entrada, com o anúncio do vencedor do sorteio!
Muito obrigado pela leitura!
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Nome escolhido em homenagem à Miraildes Maciel Mota, a Formiga, lendária jogadora brasileira.
Gol de placa! bj
Mulheres no futebol, uma conquista!